segunda-feira, 31 de janeiro de 2011



UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO TECNOLOGIA E NOVAS EDUCAÇÕES
MÓDULO 1
ATIVIDADE COMPLEMENTAR


NOVAS EDUCAÇÕES E A PUBLICIDADE NA ESCOLA

Por Miralva Araújo Ramos

No final da década de 1960, o Departamento de Defesa dos EUA deu início a Internet. A rede cresceu rapidamente, incluindo cientistas e pesquisadores de todo o país e depois, passou a incluir faculdades, empresas, bibliotecas e pessoas em todo o mundo. Segundo conversas e discussões entre a prof.ª Adrianne Halmann e nós alunos, nas aulas do módulo I do 3º ciclo dessa especialização, ficou entendido por mim que basicamente, a Internet consiste em milhares de redes conectadas em todo mundo. Uma rede é um conjunto de computadores que estão conectados para compartilhar informações e recursos.
Cada governo, companhia ou organização é responsável pela manutenção da própria rede na Internet, e se uma parte da Internet falhar, as informações encontrarão uma nova rota alternativa. A maioria das informações disponíveis na internet é gratuita. Ela é, em geral, chamada de Rede, ou Ciberespaço.
Pierre Levi conceitua ciberespaço como um espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores, incluindo o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos. Para ele a digitalização geral das informações provavelmente tornará o ciberespaço o principal canal de comunicação e suporte de memória da humanidade e cita os principais modos de comunicação e de interação possibilitados pelo ciberespaço: acesso a distância e transparência de arquivos, transferência de dados ou upload, correio eletrônico, conferências eletrônicas. O autor coloca o jogo como um mundo virtual onde milhares de participantes interagem e constroem ao mesmo tempo o universo no qual participam.
Nesse contexto, Tapscott comenta no  seu livro “Geração Digital” o fato de que a geração Net, a qual nossos alunos de escolas públicas e privadas fazem parte, já utiliza esta tecnologia como parte de sua cultura e nós, adultos, que viemos de uma geração da TV, temos que ainda conhecer e muito este novo modo de comunicação, que para eles já faz parte de suas vidas logo após alguns anos do se nascimento.
A globalização e a revolução tecnológica propiciaram a disseminação do conhecimento que hoje, deixou de ser exclusividade dos professores. Através das tecnologias de comunicação e informação (TIC), o modo de distribuição e produção do conhecimento modificou significativamente, o uso da internet e redes sociais como (Wiki, Orkut, Blog, Google, MSN, Fotoblog,etc.), fez com que a escola perdessem seu status de única instância transmissora de conhecimento. Portanto a mesma não deve mais constituir-se só como espaço de transmissão de conhecimento, entendo que se faz necessário desenvolver a função de produtora de conhecimento, de forma colaborativa e participativa com as instituições e demais segmentos que constituem a sociedade como geral, pois segundo Bonilla, a escola como instituição base da sociedade do conhecimento necessita transformar-se numa “escola aprendente”, nesse sentido acredito que além dos educandos aprenderem os educadores, a comunidade e a instituição necessitam estar em constante processo de aprendizagem, exercitando o que Paulo Freire chama de movimento dialético: ação-reflexão-ação.
Sendo assim, Nelson Pretto afirma que a escola, nessa nova perspectiva passa a ter um papel muito mais forte, um papel significativo na formação das novas competências, que não sejam necessariamente competências vinculadas à perspectiva de mercado que domina hoje toda a sociedade. Que não seja, enfim, uma simples preparação para o mercado, mas que sejam capazes de produzir uma sinergia entre competências, informações e novos saberes.
Valores como solidariedade, trabalho coletivo, ética, passam a ser recuperados nesse contexto, a partir de um trabalho mais abrangente que tenha as novas tecnologias como elementos estruturantes desse novo pensar e viver.
Nesse contexto, Marco Silva em seu livro Sala de Aula Interativa, afirma que nós professores não devemos abrir mão do aperfeiçoamento da comunicação oferecido pelas novas tecnologias, pois nossos alunos fazem parte da geração NET ou seja, vivem para criar, modificar, construir, aumentar tornando-se também autores na sua aprendizagem.
Nesse cenário de transformação e coletividade da educação, a prof.ª Elizabete Carvalho Dantas em uma palestra sobre Propaganda e Educação ministrada por ela na FACED-UFBA em 21/01 e 22/01/11, nos alerta sobre a presença da publicidade nas escolas.
Para ela, publicidade é aquilo que envolve todo o conjunto formado por veículos, agências, ações, etc. Por isso diz-se meio publicitário, peças publicitárias, sendo também toda ação recebida do meio de forma espontânea, não paga. E propaganda tudo aquilo contido em anúncios e peças publicitárias, que é feito de forma paga para se receber publicidade.
Penso que a escola não deveria ser um local para exposição de marcas ou logotipos, que consequentemente gera a venda de produtos, o que segundo prof.ª Elizabete já vem acontecendo em algumas escolas privadas e sim um local para aquisição e transformação do conhecimento, pois, vivemos numa sociedade tão desigual e a propagação da publicidade nas escolas para mim será promoção para mais desigualdade, marginalidade e inquietação para alunos que não podem acompanhar a massificação dos meios de comunicação pela indústria capitalista, que nos sufoca com a ideia de que temos que comprar e comprar coisas que às vezes não precisamos, não sabemos usar ou ter. Além dos sites de jogos e inúmeras páginas na internet que segundo a prof.ª Elizabete podem ser abertos por qualquer criança ou adolescente, os conteúdos desses sites, a política de privacidade que induzem a criar falsas identidades e a mentir e que às vezes simulam sites que parecem ser feitos para o público infantil, porém os levam para o consumo, as drogas, marginalizando assim a criança ou o adolescente e que é cada dia mais frequente na rede e mais usados por nossos alunos; acredito que a escola não deve fazer parte desse mundo publicitário,pois a partir de brindes, slogans, gincanas ou qualquer atividade que envolva a publicidade pode também está contribuindo para uma prática pedagógica incoerente e insensível ao desenvolvimento dos alunos. Penso que nós educadores devemos articular novas atitudes frente às transformações sociais e culturais as quais vivemos hoje, não sendo alheios as novas formas de comunicação e aquisição de conhecimento, mas buscando meios para que essas novas formas de aprendizagem sejam significativas e coerentes com a educação que desejamos para a atual geração NET.